Jornada maratona para os Parlamentares da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) no dia 09 de Março de 2022 em Monróvia! A plenária, no quadro da primeira sessão extraordinária de 2022 do Parlamento, escutou duas apresentações de panelitas de renome a saber: o antigo Presidente nigeriano e mediador da CEDEAO no Mali, Goodluck Jonathan, e o antigo Presidente da Comissão da CEDEAO, Mohamed Ibn Chambas.
Na sua apresentação, o antigo Presidente nigeriano enfatizou sobretudo a necessidade para os países da CEDEAO de utilizar os instrumentos necessários para se chegar a eleições livres e transparentes, prova de credibilidade da democracia. Segundo ele, os cidadãos perdem confiança na democracia porque não acreditam na sinceridade dos escrutínios.
o antigo Presidente da Comissão da CEDEAO interveio no mesmo sentido, insistindo contudo sobre a má governação como causa adicional de desconfiança dos cidadãos vis-à-vis dos seus dirigentes. Para Mohamed Ibn Chambas, uma governação justa e processos democráticos credíveis evitariam as crises, fontes de instabilidade.
Antes dessas duas personalidades, o Director dos Assuntos Políticos da Comissão da CEDEAO, Remi Ajibewa, o chefe da Divisão Democracia e boa governação da Comissão da CEDEAO, Emmanuel Okorodudu, e um analista político do Centro internacional Kofi Annan, Kwesi Aning, procederam a apresentações sobre a fragilidade da democracia e os desafios securitários e constitucionais em África Ocidental.
Num resumo panorâmico da situação, englobando os sequestros, as violações, o tráfico de drogas, a cibercriminalidade, a pirataria marítima, e os ataques terroristas, eles demonstraram que a degradação da segurança na região oeste africana é preocupante.
Os apresentadores chegaram a conclusão de que “para dissuadir os autores das intervenções a carácter não democrática, torna-se imperativo ir para além das intervenções políticas prescritivas orientadas às sanções e condenações específicas para se atacar às causas profundas do problema”.
Representantes de organizações da sociedade civil (OSC) maliana, guineense e burquinabê procederam igualmente a exposições para explicar a ocorrência dos golpes de Estado seus países respectivos.
Todos os três condenaram não só a irrupção dos militares na cena política nos seus países, como também reconheceram que a maioria da população tem uma percepção dessas mudanças como um mal necessário. Todavia, não se deve baixar os braços, declararam. “É preciso continuar vigilante e trabalhar no sentido de um retorno rápido à ordem constitucional nos três países”, insistiram.